O Maniac Butcher é um dos mais tradicionais e respeitados grupos da cena Black Metal mundial. Formado no longínquo ano de 1992 na Republica Theca, pela eterna dupla Barbarud Hrom (vocais) e Vlad Blasphemer (todos os instrumentos), o Maniac Butcher sempre se caracterizou pelo seu som ríspido, cru e agressivo, sem dar espaço algum à “novos elementos” em suas composições. Ou seja, se você é um apreciador de teclados, vocais femininos e melodias “bonitinhas”, nem perca seu tempo! Krvestreb é o terceiro trabalho destes “açougueiros maníacos” que sucedeu os clássicos e muito bem recebidos Barbarians e Lucan-Antikrist. Infelizmente este álbum não é muito mencionado pelos fãs de Black Metal o que é uma pena, pois Krvestreb é um grande álbum, totalmente indicado aos apreciadores dos primeiros trabalhos do Immortal e Mayhem. Em Krvestreb Barbarud Hrom continua o responsável pelos vocais vomitados e letras, enquanto Vlad Blasphemer cuida da parte instrumental e composição das músicas. Lord Unclean contribuiu neste álbum tocando guitarra e baixo. O play é composto por apenas seis músicas e conta com um pouco mais de meia hora de duração, o que não deixa o ouvinte entediado. As faixas de maior destaque são Vládce Modré Oblohy, que possui uma intro em seu começo, antes de partir para a tradicional porradaria, a odiosa Oci Obeti, Písen Cernych Vran (minha favorita, com seu início acústico e com uma levada mais lenta, para depois partir para a rispidez habitual) e a faixa título. A produção é bem suja, remetendo aos velhos álbuns de Black Metal old school, mas perfeitamente audível. Krvestreb é um excelente álbum e extremamente convincente. Apreciadores de Black Metal feito nos velhos moldes do passado, sem viadagens e frescuras, este trabalho foi feito para vocês. Imperdível! (Por: Saulo Baldim Gandini)
O underground tem dessas histórias. O Vader foi formado no longínquo ano de 1983 e graças às suas primeiras demos, Necrolust (89) e a aclamada Morbid Reich (90) - considerada a demo mais vendida na história do metal extremo - foram muito importantes no desenvolvimento da cena polonesa em seus primórdios, sendo influência para as muitas bandas que aparecem hoje por lá. Com isso o grupo acabou chamando a atenção da gravadora Earache Records, o que resultou na assinatura de um contrato para lançar seu debut álbum The Ultimate Incantation (93). Mas com o declínio do Death Metal na metade dos anos 90 e as constantes mudanças de formação, de certa forma ofuscaram a carreira do grupo, fazendo-o voltar ao underground. Mesmo perambulando em gravadoras pequenas que não davam condições mínimas para promover seu trabalho, o Vader foi lançando um disco mais fudido que o outro, o que culminou neste álbum aqui, intitulado Black To The Blind. Considerado por muitos como o melhor trabalho desses poloneses (este que vos escreve também está incluso nesta lista), Black To The Blind é visceral do começo ao fim. Esse álbum marca a estréia do guitarrista Mauser e em suas dez faixas o Vader comprova que brutalidade é o seu forte: estão lá os riffs tradicionais (que parecem socar o estômago do ouvinte), vocais vomitados, arranjos perfeitos e o pique quebra-pescoço da cozinha. Por isso, não causa surpresa constatarmos o poder de fogo das violentas Heading For Internal Darkness, The Innermost Ambience, Carnal, Beast Raping e a magnífica Black To The Blind. Um trabalho simplesmente esmagador! (Por: Saulo Baldim Gandini)