Entrevista - Chaos Synopsis

18 julho, 2011.
Antiga formação do Chaos Synopsis: Marloni, Jairo & Friggi


Os “Extreme Thrashers” do Chaos Synopsis começaram suas atividades em 2005, na cidade de São José dos Campos (SP). No ano seguinte gravam o fodido EP "Garden Of Forgotten Shadows", um trabalho onde mostra todo o extremismo e técnica do Thrash/Death Metal praticado pelo grupo. O baterista Friggi, nos conta todos os detalhes que envolve a banda nessa entrevista. (Essa entrevista foi realizada em 2008 para a primeira edição impressa do Coven Of Darkness)  

Por: Saulo Baldim Gandini


1-) Coven Of Darkness - Saudações Friggi é uma honra ter o Chaos Synopsis em nossas páginas. Conte-nos como foi o começo do Chaos Synopsis para os maníacos que ainda não conhecem o trabalho do grupo.

Friggi – E ae campeão, firme? A honra é nossa em participar do seu real zine! Nossa luta começou em 2005, quando começamos a compor alguns sons e ensaiar, inicialmente tocando um thrash mais tradicional, porém aos poucos fomos sentindo falta de algo diferente no som, esse foi o principal motivo da entrada do Daniel e do Jairo na banda. Com essa formação já estamos desde 2006, firme e forte, na alegria e na tristeza, na pobreza e na cerveja!

  
2-) Coven Of Darkness - Sobre o nome Chaos Synopsis, quem teve a idéia desse nome?

Friggi – A nome já tinha surgido antes do inicio da banda, quando eu e o ex-baixista, Rodrigo “Heavão”, estávamos com a banda apenas no papel. O nome vem da idéia do som da banda, violência e devastação ao extremo, como se todo o caos se transformasse em música.
  

3-) Coven Of Darkness - Em 2006, vocês lançaram a fodida demo “Garden of Forgotten Shadows” que nos brinda com cinco sons do mais violento Thrash/Death Metal. Como vem sendo a repercussão desse trabalho?

Friggi – Este foi o nosso primeiro trabalho, e em abril deste ano vai completar dois anos do lançamento, já está velhinha, porém ainda continuamos a divulgação. Esta demo nos rendeu ótimas resenhas em revistas, zines, webzines, jornais, enfim... Tivemos uma boa repercussão em todo o país e na Europa. O material foi muito bem recebido nos shows, o que é bem gratificante, afinal é só os caras que realmente curtiram o show que compraram.

  
4-) Coven Of Darkness -  A produção do “Garden of Forgotten Shadows” ficou matadora! O som ficou sujo, mas ao mesmo tempo bem pesado e nítido! Como foi esse processo de gravação e qual estúdio vocês usaram? 

Friggi – Ficamos muito surpresos com o resultado da gravação, afinal foi a primeira vez que entravamos em um estúdio para gravar. Basicamente gravamos ao vivo, a bateria isolada em uma sala e as cordas ligadas diretamente na mesa, o vocal foi gravado depois. O trabalho foi realizado no Oversonic estúdio, em São José dos Campos-SP.


5-) Coven Of Darkness -  Em dezembro do mesmo ano, vocês relançaram esse trabalho pela Anaites ZPD, como se deu essa parceria? Vocês estão satisfeitos como o trabalho realizado?

Friggi – Estava difícil “pagar pra tocar” e fazer cópias da demo, estávamos fazendo as capas em preto e branco para diminuir os gastos com o material, estava complicado... O grande amigo, Felis, da banda de grind “Abuso Verbal” me passou o contato do Hioderman e disse que ele poderia nos ajudar. Aconteceu que relançamos com o Anaites a demo, foi bom porque conseguimos um material de excelente qualidade a um baixo custo, além da divulgação nota ‘deiz’ que a Anaites nos proporcionou. Ficamos muito satisfeitos com o trabalho, o Zartan é um cara firmeza.


6-) Coven Of Darkness -  Fale um pouco do processo de composição do grupo. Vocês seguem algum padrão ou tudo sai naturalmente? E as letras? Quem as escreve e qual a mensagem que vocês querem passar com elas?

Friggi – Não temos um modo padrão de compor, às vezes vem de um simples riff que misturamos com outro e assim vai... Ás vezes eu venho com uma batida e imagino um riff e tentamos tocá-lo. Hoje quem escreve as letras é o vocalista Daniel, e como ele mesmo diz, passamos a idéia de quão podre e hipócrita o câncer deste planeta, o ser humano, é.


7-) Coven Of Darkness -  Como surgiu o convite ao Chaos Synopsis para participar da compilação da Anaites ZPD, com a música “Behind The Mask”?

Friggi – Após relançarmos a demo com o Anaites, o Zartan nos convidou. Essas coletâneas undergrounds são excelentes, cada banda faz a sua parte na divulgação, o selo faz vários corres e todo mundo ganha com isso, excelente!


8-) Coven Of Darkness - Como estão as coisas no cenário em São José dos Campos? Alguma banda de destaque a ser citada? Você enxerga progresso em sua cena local?

Friggi – Nossa cena aqui não é das melhores, já estivemos bem piores, mas hoje podemos dizer que estamos caminhando legal... Já tivemos grandes shows undergrounds pra cá, na cena hardcore tem um suporte bem maior que o metal, e assim podemos notar que a coisa pode melhorar. Nós da banda já realizamos alguns eventos, contando com bandas como Midnightmare, Head krusher, Pscicoses, Rectal Collapse, Hate Inside (RIP), Corporal Sores, Infamous Glory, entre outros. O Vale do Paraíba no geral é um berço de excelentes bandas, aqui em nossa cidade podemos citar Rectal Collapse e Innerthia, duas excelentes bandas de death metal, e o Mystic Atrocity que é uma banda com mais de 15 anos de thrash metal que já contou com ex-integrantes da lendária banda Attomica, e agora voltou à ativa contando comigo e o Marloni em sua nova formação.


9-) Coven Of Darkness - O Chaos Synopsis é uma banda que gosta de tocar bastante ao vivo. Como tem sido essas apresentações? Alguma em especial a ser destacada?

Friggi – Realmente, nos shows fazemos tudo que gostamos: tocar metal, encontrar os amigos e beber cerveja! O ano de 2007 foi excelente para nós, inclusive por que descobrimos a “mina de ouro do underground”, Minas Gerais, sem querer puxar o saco, é lógico (risos). Mas com certeza os dois shows que realizamos em seu estado, foram os melhores da banda, em Itajubá e Pouso Alegre. Fomos muito bem recebidos e o feedback da galera foi ‘deiz’.


10-) Coven Of Darkness-  O grupo tem uma composição em português chamada “Batalha Final”. Porque vocês não gravaram essa música no “Garden of Forgotten Shadows”? Existe a intenção de incluí-la futuramente em algum EP ou até mesmo no debut?

Friggi – Não sei, esta é uma musica muito diferente, tem uma pegada mais thrash nacional, na verdade é uma homenagem aos pioneiros do nosso metal brasileiro. Ela foi composta antes da gravação da demo, mas decidimos não gravá-la porque queríamos lançar um material com 5 musicas e ela era a que menos se encaixava no contexto do trabalho. Pode ser que dia a gente grave, mas seria mais para divulgação nos porões do underground.


11-) Coven Of Darkness - Atualmente estamos vivenciando um “boom” em relação ao Thrash Metal. Bandas surgindo de todos os lados, uma procura enorme por vinil, indivíduos enchendo jaquetas com patches e falando que só o que é 80´s é bom. Ou seja, uma alienação total! Qual a sua opinião sobre isso?

Friggi - Moda é uma palavra que não se encaixa no nosso underground, por isso não é este termo que devemos usar para o tal, porém há quatro anos atrás não se via bandas de thrash tocando por aí como se vê hoje, e nem carinha em tal ‘vizú’, as bandas de thrash que estavam em alta eram as mesmas de sempre, o que aconteceu? Felizmente devemos agradecer, afinal esta radical mudança é ótima! Espero aqui a cinco anos poder ver as mesmas pessoas que estão nessa onda curtindo como hoje.


12-) Coven Of Darkness - Ouvindo seu trabalho em “Garden of Forgotten Shadows” vimos que você é um baterista muito rápido nos bumbos e possui uma técnica extremamente apurada. Quais são suas influências?

Friggi – Minha escola puxa mais para o lado mais ‘punk’ da coisa, gosto de ver bateristas como o Boka (Ratos de Porão) e Dave Lombardo (Slayer) tocando, aprendi mais com a pegada das bandas do que com bateristas. Tenho vontade de estudar o instrumento e poder trazer mais coisas para a banda, mas a verdade deve ser dita: É o “tucatuca” que nos faz bater cabeça e correr em círculos! (risos)


13-) Coven Of Darkness - E os preparativos para o debut? Já existem músicas prontas? O que você pode nos falar a respeito?

Friggi – Ainda não temos certeza que tipo de material lançará o debut com certeza está nos planos, mas temos vontade de lançar um Split por aí. Agora estamos gravando uma musica nova, chamada “2100 a.d.” para uma coletânea que está sendo organizada pelos camaradas da banda Ophiolatry, que tem planos de lançar mundialmente este material. Temos outras novas composições que seguem nosso estilo thrash extremo, tais como “License to kill” e “Legacy of Pain” que de qualquer maneira estarão no próximo trampo. (N.E: Foi lançado um single em 2008 com música "2100 a.d.". No ano seguinte foram gravados mais dois materiais: o EP "Postwar Madness" e o debut álbum "Kvlt Ov Dementia") 


14-) Coven Of Darkness - Agradecemos a entrevista. Fique a vontade para deixar suas considerações finais...  

Friggi – Nós que agradecemos a você pela oportunidade de expor nossas idéias e contar um pouco sobre a banda, queríamos deixar um abraço a todos os headthrashers e deathbangers que apóiam a banda e a todos os amigos que nos dão força! Qualquer coisa é só entrar em contato com a banda pelo email fryggythrash@hotmail.com e ouvir o som no www.myspace.com/chaossynopsisbr. Falou!

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