Dissection - Storm Of The Light´s Bane
(Nuclear Blast Records)
Alguns leitores poderão me questionar o porque um álbum como Storm Of The Light´s Bane lançado em 1995 figura nessa sessão. Bem, em minha opinião, trabalhos clássicos não tem prazo de validade e nem idade. São álbuns que serão lembrados por gerações, pois soarão sempre atuais. Por isso que enquadro Storm Of The Light´s Bane neste conceito. O debut álbum desses mestres suecos, The Somberlain, foi muito bem recebido pelos fãs de música extrema, mas foi com esse segundo trabalho que o Dissection começou a ser reconhecido por um público maior. Se isso foi bom ou ruim, cabe ao leitor decidir. Com uma belíssima arte de capa assinada pelo mago Kristian Wahlin e gravado novamente no estúdio Hellspawn/Unisound Studios de propriedade de Dan Swanö em Novembro de 1995, Storm Of The Light´s Bane é brutal, desesperador, gélido, odioso, inspirador, mas acima de tudo, uma autêntica obra prima. Temos registrado aqui um Black/Death Metal que possuía melodia e belas passagens acústicas, mas sempre molestados pelo toque carniceiro do grupo. Em comparação ao álbum anterior, este soa muito mais extremo e agressivo. O trabalho começa com uma marcha da morte chamada At The Fathomless Depths que prepara o ouvinte para a massacrante Night´s Blood, uma música rápida, dotada de diversas mudanças de andamento, riffs técnicos e melodia na medida certa, sem soar piegas. O trabalho de guitarras de Jon Nödtveidt e Johan Norman (que substituiu John Zwetsloot) é irrepreensível, dotada de riffs intrincados, ora brutais, ora melódicos e com solos de extremo bom gosto, Ole Öhman é uma máquina de bater, sempre variando os andamentos e acrescentando detalhes nas composições e Peter Palmdalh mostra-se muita segurança em segurar as quatro cordas. A próxima música é Unhallowed, que explode nos alto falantes com a bateria de Ole na velocidade da luz, o vocal ríspido de Nödtveidt (que neste trabalho atingiu o seu auge), um belo dueto de guitarras em seu meio e as tradicionais partes acústicas em seu final. Where Dead Angels Lie é cadenciada, melancólica e esbanja um feeling arrebatador. Vale salientar que essa composição foi lançada em um EP no ano seguinte. A música Retribution -Storm Of The Light´s Bane, começa veloz para depois cair numa levada mais Thrash Metal com destaque para o seu ótimo solo de guitarra em seu meio. O início ameno, com dedilhados limpos de guitarra, marca a entrada da longa Thorns Crimson Of Death que conta com a participação de Legion (ex-Marduk) nos backing vocals. O momento mais esporrento deste álbum é Soulreaper, uma composição extremamente veloz em relação as demais, onde o grande destaque vai para a performace segura do baterista Ole Öhman, que destrói completamente seu kit. Toni "It" Särkkä (Ophthalamia) faz uma pequena contribuição nesta faixa com os backing vocals. Por fim, depois da tempestade vem a calmaria e ela está representada aqui pela instrumental de piano, No Dreams Breed In Breathless Sleep. Composta por Alexandra "Axa" Baloghs essa instrumental encerra esse grande registro deixando uma impressão de melancolia e morte encaixando-se perfeitamente na atmosfera do álbum. A versão que estou resenhando vem incluído o EP Where Dead Angels Lie que além de trazer a versão demo da música título, ainda nós trás dois covers (um para Elizabeth Bathory do Tormentor e o outro para The Antichrist do Slayer), a instrumental Feathers Fell (que aqui consta numa versão diferente daquela que apareceu no debut The Somberlain), além da direta Son Of Mourning. Após esse álbum o Dissection realizou diversas turnês, mas infelizmente, os problemas extra-musicais levaram o líder e principal compositor Jon Nödtveidt a passar sete anos na prisão devido ao assassinato de um homossexual. Jon deixou a prisão, remontou o Dissection e lançou mais um álbum intitulado Reinkaos para depois surpreender a todos com o seu suicídio em Agosto de 2006. Storm Of The Light´s Bane é um registro magistral e que tem resistido ao teste do tempo, um álbum que todo o hellbanger deveria ouvir e possuir em sua coleção. (Por: Saulo Baldim Gandini)
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