Entrevista - Headhunter D.C.

16 junho, 2011.


Fábio Nosferatus, Sérgio Baloff, Daniel Beans, Paulo Lisboa & Zulbert Buery

Uma verdadeira instituição do Death Metal brasileiro, assim posso definir o trabalho Headhunter D.C. Com mais de duas décadas ininterruptas, esses batalhadores de Salvador (BA) continuam espalhando o caos em forma de Metal sendo uma referência para o estilo tanto no Brasil quanto no exterior. Nessa longa entrevista o vocalista Sérgio “Baloff” Borges nos conta todos os detalhes envolvendo o Headhunter D.C. desde o começo do grupo até a grande repercussão do último álbum de estúdio, “God´s Spreading Cancer...”, fora outros detalhes interessantes. Confiram! Long Live The Death Cult! (Esta entrevista foi publicada em 2009 para segunda edição do Coven Of Darkness)

Por: Saulo Baldim Gandini

  
1-) Coven Of Darkness - Saudações caro Sérgio Baloff! É uma honra poder contar com o Headhunter DC em nossas páginas!  São 22 anos de trabalho árduo e de total dedicação ao Unholy Death Metal, coisa difícil, pois como todos nós sabemos, vivemos em um país onde não há muito apoio para o Metal, principalmente o Metal Extremo. Diga-nos como é ser uma banda que acompanhou e contribuiu todos esses anos para um estilo tão importante como o Death Metal?

Sérgio “Baloff” Borges – Necrodeathmetálicas saudações caro Saulo & Coven Of Darkness Zine! O prazer é todo nosso, portanto deixemos a aniquilação de Deus começar... Manter uma banda de verdadeiro Death Metal por mais de 2 décadas de forma ininterrupta e mantendo-nos inquestionavelmente íntegros durante todos esses anos nos traz um misto de sentimentos como honra, orgulho, prazer e sensação de dever (mais que) cumprido. É a confirmação absoluta daquela máxima que diz que apenas os mais fortes sobrevivem, e nós somos uma prova viva disso. Vivemos todos os ‘ups and downs’ possíveis nesses 22 anos de banda, testemunhamos tendências indo e vindo, pessoas sumindo da cena com a mesma velocidade com que surgiram, ouvimos discursos empolgados os quais mais tarde nos certificaríamos de que não passavam de meras fantasias adolescentes, vimos máscaras caindo, traições... E temos muito, muito orgulho mesmo em termos sobrevivido a tudo isso, sempre fiéis às nossas raízes, aos nossos ideais que tanto defendemos com unhas e dentes, e esse orgulho torna-se ainda maior por sermos nós de Salvador, Bahia, Nordeste brasileiro, onde as condições para se manter uma banda como a nossa são as piores possíveis, em todos os aspectos – se hoje as dificuldades são inúmeras, imagine isso há duas décadas... É claro que ao longo do tempo alguns daqueles que estavam entre nós também ficaram pelo caminho, alguns por razões até aceitáveis, outros nem tanto, mas o importante é que o alicerce original do Headhunter D.C. (eu e Paulo) continua intacto, firme e mais forte do que nunca, e é esse alicerce que, aliado a outros bravos guerreiros, dá continuidade à saga do Culto da Morte, contribuindo para o sadio desenvolvimento e perpetuidade do genuíno Metal da Morte Underground. Tocamos Death Metal porque trata-se de uma extensão de nossos seres e não porque achamos um estilo legal até a chegada da próxima tendência. Carregamos a bandeira com honra e orgulho. “É isso que nos mantém vivos!” (“Long Live The Death Cult”).


2-) Coven Of Darkness - E por falar em comemoração, o selo peruano Crypts Of Eternity Records irá lançar um Double CD denominado “The Darkest Archives... From the Death Cult (1987–2007)” com gravações raras do grupo. Fato mais do que merecido pela importância do Headhunter DC, que é uma referência para o Brasil e América do Sul. Por favor, comente um pouco sobre esse trabalho...

Sérgio – O que posso dizer é que estou muito excitado e ansioso com esse lançamento! Trata-se de uma verdadeira “peça arqueológica”, uma compilação com alguns materiais raros e escondidos de nossos próprios arquivos, que vão desde os primórdios da banda, em 87, até 2007, tudo em comemoração aos nossos 20 anos de estrada. São gravações de ensaios, lives, promos, advance tapes e demais “jóias” (pelo menos para nós - risos), divididas em dois CDs: o primeiro da era Falsão (1987-1989) e o segundo da era Baloff (1990-2007). Foi um enorme prazer para mim compilar esse material, sem dúvida um importante pedaço da história do Death Metal Underground sulamericano. O selo responsável por esse lançamento será a Crypts Of Eternity Records do Peru, o qual apesar de ainda estar dando seus primeiros passos, na pessoa de nosso grande irmão Ricardo Lucas, editor do ‘mighty’ Crypts Of Eternity Zine, é mais do que digno de nossa confiança, portanto tal artefato está em muito boas mãos. A idéia é lançar esse Double CD ainda esse ano de 2009 e futuramente pretendemos lançá-lo também em vinil (triplo). Aguardem guerreiros do Metal e da Morte! 


 3-) Coven Of Darkness - Outro fato importante foi a participação de vocês no tributo ao fudido Mortem tocando a música “Summoned To Hell”. Como surgiu o convite da Heavier Records para o lançamento desse trabalho? Há uma previsão de quando esse tributo irá sair?

Sérgio – Eu penso que um dos principais critérios a serem usados para se convidar uma banda a participar de um álbum-tributo deva ser o elo que a banda convidada tem com a banda homenageada, e foi com esse critério que o Javier Marzuka nos convidou para participar do tributo ao Mortem, intitulado “Death Rules Supreme” (título melhor não poderia haver, huh?), ou seja, o reconhecimento de que ambas as bandas possuem uma história e uma importância muito parecidas na cena Death Metal sulamericana, além de serem da mesma época, serem possivelmente as duas mais antigas bandas de Death Metal da América do Sul em constante atividade e comungarem da mesma paixão e lealdade a esse estilo de música e de vida, e foi com muita honra que aceitamos participar desse projeto, sem mencionar que os irmãos Nebiros e Amduscias tratam-se de grandes amigos nossos e também admiradores de nosso trabalho, então definitivamente não poderíamos estar de fora dessa. A previsão é que esse tributo saia ainda esse ano, mas é difícil se ter uma idéia concreta quanto a isso, pois depende muito da disponibilidade das bandas envolvidas. Nós, por exemplo, já mandamos nosso material ao Javier há pelo menos uns 5 meses, mas sei que algumas bandas ainda nem gravaram suas versões, algo usual em se tratando de álbuns-tributo. Apesar de termos tido algumas más experiências com esse tipo de lançamento, demos um voto de confiança à Heavier e gravamos nossa versão para “Summoned to Hell” com muito gosto. Ouvi a versão do Incrust para “Morgue Rapist” e posso dizer-lhe que está fudidamente matadora também. Aguardem e confiram!   


4-) Coven Of Darkness - Podemos dizer que o Headhunter DC é um especialista em participações em tributos. Para você, Sérgio, qual é o sentimento em homenagear grupos que são importantes e influentes tanto para o Headhunter DC quanto para o Metal?

Sérgio – O maior e mais importante sentimento nesse tipo de trabalho é justamente o respeito pelas bandas homenageadas e/ou pelas suas grandes obras. Infelizmente sabemos que alguns selos e até bandas encaram álbuns-tributo como verdadeiros caça-níqueis (e alguns deles realmente os são), mas nosso objetivo sempre foi o da homenagem e do reconhecimento pelo que estas bandas e seus clássicos fizeram e/ou ainda fazem pelo Metal. Blessed be the Ones, the most ancient Ones...


5-) Coven Of Darkness - Vamos agora falar um pouco sobre o último trabalho do Headhunter DC, “God´s Spreading Cancer...”. Fiquei impressionado com esse álbum devido a sua qualidade sonora e gráfica. Com certeza valeu esperar todos esses anos por esse clássico do Death Metal! Reparei também que vocês evoluíram, mas não perderam a essência. Conte-nos como foi o processo de composição e a repercussão que esse trabalho teve e ainda está tendo no Brasil e no exterior. Você ficou 666% satisfeito com o resultado final ou algo poderia ser mudado?

Sérgio – Obrigado por suas palavras! Ficamos sempre satisfeitos quando as pessoas se mostram capazes de absorver a verdadeira essência de nossos trabalhos, e a manutenção da essência é o verdadeiro significado da palavra evolução para nós. Evoluir sempre, mas sem jamais abandonar nossas raízes, isso é real para nós e é isso que você percebe e continuará percebendo a cada novo assalto de brutalidade profana do Headhunter D.C.. Eu estou 666% satisfeito com o resultado final de “God’s Spreading Cancer...” em todos os sentidos, sejam eles em suas composições em si ou em sua produção; seus cânticos sintetizam fielmente o que o Profano Metal Brutalizante da Morte Underground representa para nós, e sua produção, pesada, crua, grotesca e ao mesmo tempo cristalina serve como perfeita propulsora para a disseminação do Culto da Morte, da expansão do câncer de Deus, porém, como tocar Death Metal e Metal verdadeiro em geral é um eterno aprendizado, sempre achamos que algo poderia ter ficado melhor, então procuraremos evitar essas eventuais falhas num próximo esforço. O processo de composição de “GSC” foi árduo, pela dificuldade que tivemos para reunir toda a banda para a lapidação das músicas, mas ao mesmo tempo muito fácil, prazeroso (sempre!) pela naturalidade como as idéias foram fluindo, idéias estas vindas das mentes retorcidas do Paulo Lisboa e deste que aqui vos fala, com a doentia acessória de nossos demais parceiros de Culto. A repercussão do álbum na cena mundial tem sido grande, o que mais uma vez nos deixa muito orgulhosos por todo o árduo trabalho desenvolvido. Creio que 98% dos comentários dirigidos a ele em diferentes publicações mundo a fora têm sido positivos, alguns deles colocando-o como o melhor lançamento de old school Death Metal de 2007. É claro que existem alguns reviews que dizem que não trouxemos nada de novo para o Death Metal e blábláblá (como se fosse esse o nosso objetivo...), mas num geral a repercussão obtida por “GSC” tem sido muito boa. Também acredito que toda a longa espera de 7 anos por esse álbum tenha valido a pena. 


6-) Coven Of Darkness - “God´s Spreading Cancer...” foi lançado pela Dying Music no Brasil e pela Obscure Domain Productions na Europa. Além disso, a Evil Spell Records lançou o álbum em LP, contendo um cover do Necrovore de bônus. Vocês estão satisfeitos com o trabalho desenvolvido pelas mesmas? Aproveitando a pergunta, porque você deixaram a Mutilation, que foi responsável pelo lançamento do terceiro álbum “...And The Sky Turns To Black...”? Houve algum tipo de desentendimento entre as partes?

Sérgio – Levando em consideração todas as limitações e dificuldades que os atuais selos underground enfrentam para lançar e distribuir seus lançamentos na cena, conseqüência do “câncer” do download, mp3, banalização, cena virtual etc., sim, estamos bem satisfeitos com o trabalho desenvolvido pelos nossos atuais selos, pois todos têm feito o seu melhor para dar-nos o suporte a espalhar o Culto através das terras. A propósito, recentemente assinamos com a Ibex Moon Records dos EUA para o lançamento de “GSC” na América do Norte. Essa edição americana virá com 4 bônus tracks, sendo elas o cover de “Slaughtered Remains” do Necrovore mais 3 faixas ao vivo, e muito provavelmente, virá em formato digipack. A previsão de lançamento é para Setembro/Outubro. Na verdade nosso acordo com a Mutilation Records foi apenas para o lançamento de distribuição do “...And The Sky...”, não havendo um contrato para mais discos ou para a permanência da banda no selo por um número determinado de anos. Após o lançamento do mesmo, recebemos uma proposta da Mercenary Musik/WW3 Records dos EUA para lançar o mesmo oficialmente na América do Norte, então resolvemos fechar com eles por acharmos que seria uma boa oportunidade de disseminarmos nosso trabalho fora do Brasil numa maior escala. E foi o que aconteceu na época. Não houve qualquer tipo de desentendimento entre nós e a Mutilation. Continuamos em contato com o selo e somos muito gratos ao Sérgio Tullula pelo que ele fez pelo Headhunter D.C. àquela ocasião, época em que todos os selos nacionais haviam fechado as portas para o Death Metal. Não descartamos a possibilidade de voltarmos a criar uma parceria com a Mutilation no futuro.


7-) Coven Of Darkness - Nesse trabalho vocês incluíram uma música do lendário ThrashMassacre, grupo no qual você, Sérgio, fez parte. Como surgiu a idéia de fazer essa sincera homenagem? Há planos para coverizar mais músicas deles nos próximos álbuns?

Sérgio – A primeira vez que tocamos “Angelkiller” foi em 95, após uma tentativa frustrada de retornar com o ThrashMassacre. Anos mais tarde, surgiu a idéia de registrarmos o cover em um de nossos álbuns como uma forma de homenagear essa grande banda pioneira de Metal Extremo do Nordeste, nossos irmãos de luta, que tinha um potencial incrível, com excelentes composições de raging Thrash Metal, e que infelizmente encerrou suas atividades sem deixar qualquer registro oficial. Apesar das idéias de tentar retornar com a banda para a gravação de uma demo terem voltado à tona novamente, ainda temos planos de gravar uma música do TM a cada novo álbum nosso para finalmente perpetuar seu magnífico material. Tornando-se real qualquer uma dessas possibilidades, darei meu sangue para dar vida a seus hinos açoitantes do jeito que essa puta banda merece. Metal Possession all over the world!!! 


8-) Coven Of Darkness - “God Is Dead”, “Stillborn Messiah”, “Inner Demons Rise!”, “Long Live The Death Cult”. Para mim é muito dificil apontar algum destaque diante de tantas ótimas composições. Quais músicas desse álbum estão tendo maior receptividade nos shows?

Sérgio – Todas as que você citou e mais “Contemplation (to the fire)”, já conhecida desde a época da Promo ’96, e a faixa-título têm sido pontos altos em nossas apresentações, próprias de seus altíssimos níveis de puro convite ao total headbanging, desencadeando puro furor deathmetálico entre os maníacos presentes. “Stillborn Messiah” e “Long Live The Death Cult” são músicas que já vínhamos tocando ao vivo mesmo antes do lançamento do álbum, e são sempre muito bem recebidas pelo público em nossos cultos ‘on stage’, com seus refrãos sempre sendo vomitados pelos deathbangers com uma fúria bestial em uníssono. “Hear our unholy chants...”


9-) Coven Of Darkness - Não posso deixar de comentar sobre a música “Long Live The Death Cult”, uma composição especial e com um feeling arrebatador! Com certeza fecha o disco em grande estilo. Fora a intro que vocês tiraram de uma apresentação do Possessed que a deixou ainda mais emocionante! Todos nós sabemos de sua admiração por Jeff Becerra e pelo Possessed. Gostaria que você comentasse um pouco sobre a sensação de dividir o palco com essa lendária banda e músico no show de Recife (PE).

Sérgio – Com o perdão do clichê – mas não há como ser diferente –, dividir o palco com Jeff Becerra e seus atuais asseclas dando vida novamente ao todo-poderoso Possessed foi como um velho sonho transformado em realidade. Como disse recentemente, talvez algumas pessoas não entendam ou não consigam absorver toda essa minha (nossa) devoção ao Possessed (o que é até compreensível, afinal de contas já não existem mais ‘die hard fans’ como antigamente), mas imagine você com 14, 15 anos, batendo sua fudida cabeça em seu quarto até pingar de suor, empunhando uma guitarra de papelão ao som de “Seven Churches”, berrando suas músicas e absorvendo tudo aquilo como uma grande e rica fonte de inspiração, e 23 anos mais tarde você tem a oportunidade de dividir o palco com o líder de toda aquela rebelião musical/ideológica e ver o cara batendo cabeça ao som de sua banda e gritando seu nome em frente a 1.200 pessoas que gritavam de volta para ele... porra! Não há palavras suficientes para descrever aqueles momentos! Conhecer pessoalmente e dividir o palco com os irmãos Cortez & Sadistic Intent, contatos nossos desde os dias do “Born...Suffer...Die”, também foi grande! Fudidamente e eternamente memorável! A propósito, “Long Live The Death Cult” é dedicada aos mestres Possessed e a todos aqueles que, como nós, possuem o verdadeiro Death Metal correndo fervendo nas veias. Deathbangers unite!


10-) Coven Of Darkness - Nesse álbum vocês realizaram sua primeira turnê sul-americana devastando países como Chile, Bolívia, Peru e mais outras seis cidades do Sul e Sudeste do Brasil. Como foram esses shows e como os maníacos reagiram às músicas do novo álbum? Algum fato engraçado ou curioso que tenha acontecido nessa turnê ou em outras que você queira acrescentar?

Sérgio – A “Spreading The Death Cult... Tour 2007 (destruyendo Sudamerica)” na verdade serviu como uma tour de pré-lançamento de “God’s Spreading Cancer...”, já que o mesmo ainda não havia sido lançado àquela ocasião. Essa foi mais uma importante conquista em nossa jornada, algo 100% Underground, 100% untrendy, 100% honesto, sem “jabás” ou coisas do tipo que tanto maculam nossa cena. Uma verdadeira jornada deathmetálica cheia de shows memoráveis e grandes encontros com nossos irmãos sulamericanos. Tocar em Santiago do Chile, por exemplo, cuja cena já acompanhamos desde o final dos ‘80’s via bandas como Atomic Aggressor, Sadism, Death Yell, Toten Korps, Darkness, etc. foi absolutamente memorável, com todos aqueles maníacos chilenos batendo cabeça e berrando nossas músicas. Fudido demais! Enfim, toda a turnê, incluindo aí TODOS os shows no Brasil, foi muito marcante! Não vemos a hora de rompermos as fronteiras novamente em breve! Fatos engraçados e curiosos sempre acontecem; grandes e homéricas chapações nos ‘days off’, alguns dias sem banho, comida ruim, enfim, o usual em se tratando de turnês. Um fato curioso aconteceu em Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, onde tivemos uma intro natural em nosso show, com uma tórrida tempestade lá fora, com direito a raios cortando o céu, relâmpagos iluminando o recinto e trovoadas brutais. A cada novo trovão o público, já ensandecido, gritava “hail!” em uníssono! Argh, realmente de arrepiar! Poderia contar algumas pérolas alcoólicas de nosso guitarrista Paulo (várias delas!), mas manterei-as cá entre nós do Culto HAHAHAHA


11-) Coven Of Darkness - Sérgio, uma coisa que me chamou bastante a atenção nesse álbum foi o trabalho extremamente técnico de Thiago Nogueira na bateria. Fora a produção que também foi assinada por ele, o cara simplesmente destruiu o kit nesse trabalho. Como você analisa a performance dele, já que ele assumiu as baquetas no início das gravações substituindo Daniel Brandão e teve pouco tempo para tirar as músicas?

Sérgio – Thiago é realmente uma máquina quando dedica-se a tocar Death Metal, então já era de se esperar que o resultado de sua participação no disco fosse no mínimo brilhante. Ele foi nosso baterista durante mais de 6 anos e tínhamos um excelente entrosamento, o que ajudou bastante a superar o pouco tempo que tivemos para ensaiar e finalmente entrarmos em estúdio. Foram no máximo dez dias entre passarmos as músicas para ele, ensaiarmos e concluirmos as sessões de bateria, um verdadeiro feito! Já havíamos trabalhado com o Thiago no split com o Sanctifier e no cover do Necrovore (ambos gravados pelo atual baterista Daniel Brandão), e devido aos grandes resultados obtidos nessas gravações, decidimos chamá-lo também para produzir o disco, e o resultado nos agradou em cheio. Peso abissal aliado a uma gravação na quais todos os instrumentos são percebidos com clareza, mas com a sujeira e crueza clássicas que o Death Metal demanda foram pontos importantes para fazerem de “GSC” o que ele é, e muito desse ótimo resultado devemos ao Thiago.


12-) Coven Of Darkness - No mesmo ano de 2007 vocês lançaram um Split 10” com o Sanctifier denominado “...In Deathmetallic Brotherhood”. Como se deu a idéia para esse trabalho? Há planos de lançar novos trabalhos nesse formato futuramente?

Sérgio – A idéia pro split partiu de mim, inspirado no split “...In League With…” do Desaster com o Pentacle, onde cada banda tocava um cover da outra mais uma música inédita. Passei a idéia pro Karnage da Legion Of Death Rekordz da França, com o qual já havíamos trabalhado no lançamento do live tape, e ele decidiu ficar a cargo do lançamento. O resultado foi “...In Deathmetallic Brotherhood”, um excelente trampo realizado pela LOD, sendo o primeiro lançamento em gatefold 10” do selo em 500 cópias limitadas e numeradas a mão, atualmente ‘sold out’. Mais um lançamento do qual temos muito orgulho e que representa bem o obscuro espírito da velha escola do Brutal Death Metal sulamericano. Existem planos para lançarmos um novo split, um 7” ou 10”, dessa vez com nossos parceiros do Mortem, mas no momento a idéia está em ‘stand by’. Vamos ver o que acontece mais pra frente, mas aparecendo outras oportunidades, logicamente se tratarem-se de bandas que possuam um forte elo de identificação conosco, estaremos dando nossa contribuição. Um split com Pentacle, Nun Slaughter, Embalmed Souls ou Sadistic Intent seria mais que fudidamente cult! Quem sabe num futuro muito próximo?


13-) Coven Of Darkness - Mudanças de formação é um fator extremamente complicado para qualquer grupo, e para o Headhunter DC não seria diferente, já que vocês tiveram várias mudanças no decorrer da carreira. Você está satisfeito com a atual formação da banda?

Sérgio – Sim, estou muito satisfeito com a atual linha de frente do Headhunter D.C., porém minha experiência não me permite crer 100% que trata-se de uma formação definitiva ou ao menos mais duradoura que as anteriores. De qualquer forma eu espero que ainda possamos caçar mais algumas cabeças de posers e wimps durante um bom tempo. Time shall tell...


14-) Coven Of Darkness - Sérgio vamos voltar um pouco ao passado. Apesar de não fazer parte do Headhunter DC naquela época, você poderia comentar sobre a repercussão que a demo-tape “Hell Is Here” causou na cena?

Sérgio – Até aquela época (1989) a Bahia ainda não tinha qualquer tradição dentro da cena do Metal extremo nacional, e com o lançamento de “Hell is Here” os olhares do resto do país passaram a se voltar um pouco mais pra esses lados. “HIH” – e conseqüentemente nosso debut – surgiu para quebrar alguns tabus mantidos na época, e foi como uma lição de violência para aqueles que torciam o nariz para o nosso estado e para a região Nordeste num geral. A repercussão da demo foi tamanha que acabou chamando a atenção da lendária Cogumelo Records, culminando num contrato com o selo, mais um tabu finalmente quebrado em nome do Metal nordestino. Ainda considero “HIH” como uma das grandes demos brasileiras de Death/Black/Thrash Metal dos 80’s, ao lado de outras grandes fitas como “TTHT” do Mystifier, “Fighting for the Bastards” do MX, “Satanic Lust” do Sarcófago, “Grave Desecration” do Mutilator entre outras.


15-) Coven Of Darkness - Em 1991 vocês lançaram o clássico debut “Born...Suffer...Die”, um marco para a cena Death Metal brasileira. Sérgio, quais as principais diferenças que você apontaria na cena do começo dos anos 90 para hoje? Quais pontos melhoraram e pioraram na sua concepção?

Sérgio – Muita coisa mudou de 20 anos pra cá, o que seria algo natural em um mundo que está sempre sob constantes mudanças, mas infelizmente muita coisa mudou para pior em nossa cena Underground em minha opinião, e até a própria palavra “Undeground” perdeu bastante do seu real significado. É claro que em todos os aspectos sempre existem os prós e os contras, mas num geral toda essa acessibilidade, facilidade a tudo dos dias atuais foi bastante nociva à cena ideologicamente falando, transformando o que antes era um culto num verdadeiro festival de banalidades. Quase tudo se tornou banal, normal demais, e as novas gerações, que pensam que são “felizes”, na verdade fazem parte de uma era escassa de verdadeiras emoções, se entende o que quero dizer. Logicamente como em toda regra existem as exceções, e são essas que mantém o culto vivo e a antiga chama acesa. De qualquer forma, apesar de toda a nostalgia pelos dias de glória do Metal, procuro também viver o presente e mirar o futuro, tentando tirar algo de proveitoso de toda essa caótica “modernidade”, mas sem jamais esquecer de nossas raízes fincadas no glorioso passado do Metal.


16-) Coven Of Darkness - Sobre o debut “Born...Suffer…Die”, a Cogumelo Records o relançou em 2002, mas com uma qualidade sonora não satisfatória. Mas parece que essa “escorregada” foi consertada, pois eles colocarão uma reedição do mesmo com uma nova remasterização. Outra informação importante é que finalmente após 15 longos anos o segundo álbum do Headhunter DC, “Punishment At Dawn”, será lançado em CD e contará com o cover de “Morbid Visions” do Sepultura. Porque esse álbum demorou tanto em ser relançado?

Sérgio – Sim, apesar daquela reedição do “Born...” de 2002 contar com uma ótima parte gráfica, a qualidade do áudio, que é o mais importante, é muito ruim. Até os bônus das demos e lives são de longe mais audíveis que aquilo lá, aliás é bom que se deixe claro aqui que aquele CD foi lançado sem antes nos ser enviado uma prova do master para avaliarmos, ou seja, quando ouvimos a cagada já não havia mais nada a ser feito. Foda... Na época deixamos clara nossa insatisfação com aquela remasterização perante a Cogumelo, que nos prometeu uma nova reedição com a “escorregada” resolvida. Após alguns anos, finalmente pudemos criar um novo master do disco aqui mesmo em Salvador, dessa vez com uma qualidade bem superior àquela de 2002, e no momento estamos aguardando o lançamento dessa reedição juntamente com o relançamento do “Punishment At Dawn”, os quais já deveriam ter saído desde o primeiro semestre desse ano, segundo promessas do próprio selo. Quanto ao porque desse último ter demorado tanto para ser lançado, esta é uma pergunta que eu também gostaria de saber a resposta meu caro Saulo, mas depois de tanta espera e promessas não cumpridas, eu decidi não mais buscar por respostas a esse respeito, pois iria acabar ficando louco. Só nos resta aguardar e confiar mesmo, se ainda formos capazes...


17-) Coven Of Darkness - Eu gosto muito do terceiro álbum do Headhunter DC “...And The Sky Turns To Black...” pois, como todos os outros trabalhos do grupo, ele possui uma atmosfera totalmente obscura e profana. Além de uma invejável morbidez! Apesar de esse álbum ter sido lançado há nove anos, gostaria que você falasse da importância desse trabalho para o Headhunter DC e para a cena Death Metal.

Sérgio – Cada álbum lançado possui uma importância inominável para nós, pois representam diferentes eras de nossa história, e com o “...And The Sky...” não seria diferente. Esse álbum foi concebido numa época péssima para o Death Metal, quando a moda do momento era outra e os selos fechavam suas portas para o estilo. Entre 95 e 98 só se assumia como Death Metal quem realmente tinha o Metal da Morte correndo nas veias, que se rebelava contra as tendências reinantes na cena, quem tinha paixão pelo Metal brutal e verdadeiramente mórbido, então o lançamento de “...And The Sky Turns To Black...” foi mais uma prova de que continuávamos fortes acima de tudo. É 100% Brutal Unholy Old School Metal of Death em sua mais pura essência encontrado em cada micro-segundo de música extrema nele contida! Quanto à sua importância para a cena Death Metal num geral, acho que a receptividade e repercussão obtidas desde a época de seu lançamento até os dias de hoje já falam por si só. Creio que “...And The Sky...” foi como um tiro certeiro em todos aqueles que afirmavam que o Death Metal estava morto e enterrado. Hoje eles sabem que perderam uma ótima oportunidade de ficarem calados!  Posers & wimps beware... your end is near!!!


18-) Coven Of Darkness - Por onde andam os antigos membros do Headhunter DC? Você mantém contanto com algum deles?

Sérgio – Mantemos contato com alguns deles, outros não mais e um outro em e$pecial não queremos nem saber por onde anda. Betrayer!!! Atualmente temos contato com Eduardo Falsão (vocal, 97-89), Iaçanã (bateria, 87-92), André Moysés (bateria, 94-96), Alex Mendonça (baixo, 97-99 / 2000-2002) e Thiago Nogueira (bateria, 96-2002), uns com mais freqüência que outros, alguns deles não mais pertencentes à cena Metal, mas mantendo uma boa relação de amizade conosco.


19-) Coven Of Darkness – Morbidez! Vejo que essa característica vem se ausentando cada vez mais nos grupos de Death Metal. É claro, não podemos generalizar, mas atualmente vejo clones e mais clones de “Niles” e “Hate Eternals”, onde todos querem soar os mais rápidos e técnicos e esquecem o feeling do tradicional Death Metal. Parece uma competição, e francamente para mim isso soa extremamente maçante e chato! Como você analisa essa dita “evolução” que o Death Metal passa atualmente?

Sérgio – Definitivamente nenhuma dessas bandas ultra técnicas e com 1.000.000 de blasts por minuto me chamam a atenção. Eu até acho interessante algumas músicas do Nile, como no “Black Seeds of Vengeance” por exemplo, mas após algumas poucas audições tudo torna-se maçante e chato como você mesmo falou. Se você reparar bem, os maiores hinos do Death Metal possuem riffs e estruturas simples, o que significa que não é preciso fazer mirabolâncias musicais para se criar uma música memorável. Não estou querendo dizer aqui que não se deve existir técnica no Death Metal; nós mesmos possuímos algumas estruturas bem técnicas dentro de nosso estilo de se compor, mas procuramos uni-las a estruturas mais simples para criarmos a atmosfera certa em nossas composições. O equilíbrio entre a técnica e a espontaneidade dos riffs mais diretos, mórbidos, ‘in your face’, são a chave para a criação do Death Metal perfeito, memorável e com essência em minha opinião. Ouçam bandas como Pentacle, Sadistic Intent, Mortem, Repugnant, Incantation, Incrust, Hatespawn, Kaamos, Immolation, Necros Christos, Sanctifier e Dead Congregation, entre outras, e entenderão bem o que estou dizendo.


20-) Coven Of Darkness - Leon Manssur “Necromaniac” do Apokalyptic Raids comentou certa vez que o problema desse “atual” Death Metal seria a abordagem. Não seria uma banda individualmente, mas sim, um estilo inteiro construído no erro. Você concorda com a opinião dele?

Sérgio – Eu tenho que admitir que algumas bandas que seguem a linha desse “atual” Death Metal são muito boas dentro daquilo que se propõem a fazer, ou seja, se é ultra rápido e técnico que eles gostam, então que sejam assim e mostrem suas habilidades. Se é o que gostam de ouvir e tocar, que assim os sejam, mas para mim falta sentimento, entende? Não sei se é um estilo construído no erro, só sei que não é o que gosto de ouvir e tocar. Pra quem gosta, certamente é um prato cheio, mas minha concepção de Death Metal é bem diferente disso aí...


21-) Coven Of Darkness - O Headhunter DC foi convidado para abrir os shows da turnê brasileira dos americanos do Omen junto com o mexicanos do Strikemaster. Qual o balanço que fazem dessa turnê?

Sérgio – Nos sentimos honrados ao sermos convidados pela Open Road Agency, na pessoa do grande irmão Silvio Rocha (Dominus Praelii), para abrirmos parte da turnê do Omen pela América do Sul, principalmente por tratarem-se de uma verdadeira legenda viva do Heavy Metal mundial, responsável por clássicos como “Battle Cry”, “Warning of Danger” (esse está entre os meu ‘top 5’ álbuns de HM tradicional de todos os tempos!) e “The Curse”. Kenny Powell rules!!! Foram 12 shows em mais de 20 dias na estrada, de Vitória/ES, passando por todo o Nordeste, até Belém do Pará. O balanço que fazemos é que foi mais um importante alcanço em nossa trajetória, o qual nos deixou muito satisfeitos num geral. Apesar do grande cansaço que uma tour nesses moldes sempre nos traz, tudo valeu mais do que a pena. Fizemos uma grande amizade com os guerreiros do Omen, assim como com os cabrones mexicanos do Strikemaster. Já estamos ansiosos pelo próximo giro! Mil saudações e congratulações ao Silvio pelo grande feito! All hail!!!


22-) Coven Of Darkness - Baloff, eu sei que esse assunto é batido, então não vou me prolongar muito. Há algum tempo atrás vimos uma enxurrada de bandas de Thrash Metal 80´s aparecendo do nada, moleques com suas jaquetas entupidas de patches, calças apertadas, bonés com aba para cima, dizendo que somente o que era feito nos anos 80 era bom e que só ouviam Thrash Metal renegando outros estilos de Metal. Outro detalhe importante foi o aumento pela procura do vinil e também as bandas voltando a cantar em português. Em sua opinião, nostalgia ou puro modismo?

Sérgio – Não há como ter nostalgia por um momento ou época em que não se viveu, concorda? Na verdade eu não estou aqui para julgar nada e nem ninguém, e acho que o tempo, como sempre, se encarregará de mostrar quem está nessa para ficar, assim como em qualquer outro estilo de Metal. Eu disse exatamente isso quando testemunhei a febre do thra$h no final dos ‘80’s (quem viveu aquela época e era contra toda aquela onda saberá por que estou usando um cifrão na palavra “Thrash”), e muito pouco daquele pessoal sobrou para contar a estória. Foi a época do Thrash “alegre”, colorido, de bermuda, do “I’m the Man” do Anthrax (aaaaaaaaarrrrrrghhhhhhhhh!!!!!!!!!!!), diferente daquele Thrash fudido e violento de 85/86 via Exodus “Bonded by Blood”, Dark Angel “Darkness Descends”, Assassin “The Upcoming Terror”, Whiplash “Power and Pain”, Voivod “War and Pain”, Sacrifice “Torment in Fire” e outros. De qualquer forma, sabemos que em grande parte esse “deslumbramento” por essa então chamada “filosofia thrasher” é algo puramente tendencioso, já que a algum tempo atrás – não muito distante, até – usar patches, por exemplo, era para muitos algo ultrapassado, e hoje voltou a ser sinal de status na cena. O atual pseudo culto ao vinil é outra coisa que me incomoda e por aí vai... O grande problema nesse tópico para mim é a chamada “volta às raízes”, enquanto que o certo seria a manutenção dessas raízes que infelizmente foram renegadas por alguns e são até desconhecidas por muitos. Enfim, como disse anteriormente, só o tempo nos mostrará quem está nessa para ficar e quem só tinha discurso barato e fantasia pra oferecer. 


23-) Coven Of Darkness - Qual sua opinião sobre grupos que misturam Metal Extremo com uma temática cri$tã? Fique à vontade para vomitar todo o seu ódio e rancor sobre esses viados!

Sérgio – Serei o mais breve possível nessa questão, pois esse é um assunto que me causa uma grande vontade de vomitar. Definitivamente, o que há de extremo em dizer “a segunda vinda de Cristo está próxima” ou “glória a Deus nas alturas”? Esse é o preço que se paga pela palavra “extremo” ter sido tão banalizada com o tempo e atualmente não causar mais o mesmo impacto de outrora. Muita merda feita aí hoje em dia tem sido “vendida” como Extremo, já reparou? De qualquer forma o chamado “white metal” (?) em si não me incomoda, e também não sinto a cena em que faço parte ser invadida por esses “cordeiros da fé”, pois eu sei muito bem distinguir o que é e o que não é Metal ou Extremo, e “isso” definitivamente não é e nem nunca foi Metal verdadeiro. A eles o meu mais profundo e absoluto DESPREZO, nada mais que isso!


24-) Coven Of Darkness - A cena nordestina, principalmente a baiana, é fortíssima. Além do próprio Headhunter DC temos outros grupos de extrema qualidade, como o lendário Mystifier, Incrust, Impetuous Rage (atual Poisonous), Inherit, etc. Qual sua visão (sincera) sobre a cena baiana atualmente?

Sérgio – A atual cena baiana é uma cena repleta de dualismos, paradoxos. Enquanto temos pessoas sérias que lutam pelo desenvolvimento sadio da mesma, sejam com bandas, zines, distros ou apenas dando seu suporte de forma individual, existem outras que empurram a coisa no sentido contrário, com comportamentos débeis e parasitários, numa tentativa de destruir tudo aquilo que levamos anos pra conquistar. Mais uma conseqüência da chamada banalização da cena! Só presenciando alguns shows aqui na cidade para saberem o que estou dizendo. Em tempo: todas as bandas citadas aí por você representam bem o lado “sadio” - sem deixar de ser doentio - (risos) da atual cena baiana. Confiram também Inside Hatred, Eternal Sacrifice, Necrobscure, Malefactor, Escarnium, Deformity e outras que têm desenvolvido um trabalho sério e de qualidade por aqui. Apesar dos pesares, temos orgulho em ter um público fiel e que se comporta como verdadeiros head/deathbangers em nossos cultos ao vivo. São a esses que nossos esforços são voltados. Hail Bahia Death Metal Legions!!!!


25-) Coven Of Darkness - Li que vocês pretendem lançar um novo holocausto sonoro no início de 2010. O que o deathbanger poderá esperar desse novo trabalho? Você poderia nos adiantar alguma coisa?

Sérgio – Sim, é verdade. A idéia é entrar em estúdio para a gravação do novo opus já no primeiro trimestre de 2010, e para isso estamos concentrados na criação de novas odes à decadência divina. Não esperem por nada que não seja ‘pure brutalizing Unholy Metal of Death’! Já temos um título provável para o álbum, o qual deveremos divulgar dentro em breve, mas em primeira mão posso te adiantar alguns novos títulos de hinos, como “Deny the Light”, “Dawn of Heresy”, “Cursed be Thou” e “Metal da Morte”. Um novo assalto profano está a caminho...


26-) Coven Of Darkness - Uma curiosidade, você tem algum hobbie? Como você se distrai no seu tempo livre? Livros, filmes, álcool... O que você poderia nos recomendar?

Sérgio – Na realidade eu não costumo ter hobbies como a maioria das pessoas ditas “normais”. Eu posso até ser considerado uma pessoa chata pelo grande senso crítico que carrego em minha personalidade, então muito pouca coisa do que tem acontecido atualmente no mundo, em diferentes âmbitos, tem me chamado a atenção. O Metal e especialmente o Death Metal faz 101% parte de minha vida e é quase exclusivamente ele que preenche o vazio do meu viver nesse mundo hipócrita. Sexo e álcool logicamente são essenciais nessa filosofia metálica de vida, parte vital do estilo de vida (death)banger, alguma literatura e filmes também, mas sou muito conservador, ortodoxo, também nesses aspectos: Nietzsche, O Exorcista, The Omen (a trilogia) e o Bebê de Rosemary já são o suficiente para retorcer a minha mente da forma mais prazerosa possível.


27-) Coven Of Darkness - Grande Sérgio Baloff, foi uma honra em entrevistá-lo! Boa sorte com o Headhunter DC e esperamos mais hinos profanos do Culto da Morte em breve. Deixo espaço para você falar o que quiser!

Sérgio – Eu é que agradeço a você Saulo & Coven of Darkness pelo suporte ao Headhunter Death Cult e pelas perguntas inteligentes. Foi um prazer! Vida longa aos zines impressos!!! Aos leitores, aguardem por mais uma flecha negra direto no coração do cristianismo em forma de novos hinos de morte e pecado para breve e unam-se a nós numa verdadeira aliança deathmetálica em prol do antigo espírito do Metal e contra a mediocridade na atual cena. Um grande ‘hail!’ a todos aqueles que mantém o sangue metalizado (Desaster...yeah!!! Hail Tormentor!!!!!!!) pulsando nas veias e mantenham-se distantes de Deus. Nós somos o câncer de Deus que se espalha... Death Metal rules supreme!!! LONG LIVE THE DEATH CULT!!!!!!!!!


Contato:

HEADHUNTER DEATH CULT:
Caixa Postal 548, Ag. Central – Comércio
Salvador, BA, 40.001-970
BRASIL – AMÉRICA DO SUL

DYING MUSIC:

OBSCURE DOMAIN PRODUCTIONS:

EVIL SPELL RECORDS / UNDERCOVER RECORDS:


Discografia Oficial:

“Noise” Unreleased 12” EP ’89;
“Hell is Here” Demo tape ’89;
Promo Studio/Reh. Tape ’90;
“Born...Suffer...Die” LP ’91 (Cogumelo Records);
“Born...Suffer...Die” Relançamento com bônus CD 2002 (Cogumelo Records);
“Punishment At Dawn” LP ’93 (Cogumelo Records);
“Promo tape ‘96” Demo tape ’96;
 “…And The Sky Turns To Black…(the dark age has come)” CD 2000 (Mutilation Records);
 “…And The Sky Turns To Black…(the dark age has come)” Picture LP 2001 (Mutilation Records);
“…And The Sky Turns To Black…(the dark age has come)” Relançamento com bônus CD 2001 (Mercenary Musik / WW3 Records - EUA);
“…And The Sky Turns To Black…(the dark age has come)” Relançamento com bônus CD 2005 (Dying Music Records);
“Omnisciens – Tributo ao Dorsal Atlântica” Comp. CD ’96 (Rock Shop Records);
“Scream Forth Blasphemy – A Tribute To Morbid Angel” Comp. CD 2000 (Dwell Records – EUA) (c/ “Blessed Are The Sick/Desolate Ways”);
“Under The Guillotine – Tribute To Kreator” Comp. CD 2001 (Dwell Records – EUA) (c/ “Flag of Hate”);
“Brazilian Deathkult Live Violence…14 Years of Brutality!!!” Live Tape 2002 (Eternal Fire Live Tapes Series – França);
 “…In Deathmetallic Brotherhood” Split 10” EP (com Sanctifier) 2007 (Legion of Death Rekordz – França);
“God’s Spreading Cancer…” CD 2007 (Dying Music – Brazil & Obscure Domain Productions – Alemanha);
“God’s Spreading Cancer…” Gatefold LP com bônus 7” EP 2008 (Evil Spell Records)Alemanha).



1 comentários:

Anônimo disse...

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